Primeiro você me azucrina
Me entorta a cabeça
E me bota na boca
Um gosto amargo de fel
Depois vem chorando desculpas
Assim meio pedindo
Querendo ganhar um bocado de mel
Não vê que então eu me rasgo
Engasgo, engulo, reflito
E estendo a mão
E assim nossa vida é um rio secando
As pedras cortando
E eu vou perguntando
Até quando?
São tantas coisinhas miúdas
Roendo,comendo, arrasando
Aos poucos
Com o nosso ideal
São frases perdidas num mundo
De gritos e gestos
Num jogo de culpa
Que faz tanto mal
Não quero a razão pois eu sei
O quanto estou errado
E o quanto já fiz destruir
Só sinto no ar um momento
Em que o copo está cheio
E que já não dá mais pra engolir
Veja bem,nosso caso é uma porta entreaberta
E eu busquei a palavra mais certa
Vê se entende o meu grito de alerta
Veja bem,é o amor agitando o meu coração
Há um lado carente dizendo que sim
E essa vida da gente gritando que não